Cérebro em Risco: Como Reverter o “Brain Rot em Casa"

Conheça mais sobre o termo Brain Rot e como reverte-lo em casa!

Patrizia B. Bento e Graziela Grezzi

3/14/20252 min read

O termo “brain rot”, que pode ser traduzido como “deterioração cerebral”, tem ganhado atenção por descrever os impactos do consumo excessivo de conteúdos rápidos e superficiais, especialmente nas redes sociais. Nomeada como a expressão do ano pela Oxford University Press, a palavra reflete os desafios que pais e responsáveis enfrentam para proteger crianças e adolescentes de um mundo digital que fragmenta a atenção e dificulta o aprendizado profundo.

O que é o “brain rot”?
O “brain rot” surge do consumo passivo e constante de conteúdos curtos, que treinam o cérebro a saltar de um estímulo para outro em poucos segundos. Essa prática prejudica habilidades fundamentais, como concentração, criatividade e reflexão crítica.

Crianças e adolescentes são especialmente vulneráveis, uma vez que esses conteúdos frequentemente promovem padrões irreais de beleza, consumismo exagerado e até valores prejudiciais, como violência e intolerância. Além disso, o tempo excessivo nas telas contribui para o aumento de ansiedade, dificuldade para dormir e baixa autoestima.

O "Brain Bloom" como antídoto

Se o “brain rot” representa o desgaste mental, é possível promover o oposto: o “brain bloom”, ou florescimento do cérebro. Por meio de hábitos simples, os pais podem ajudar seus filhos a construir uma relação mais saudável com a tecnologia e estimular o desenvolvimento cognitivo e emocional.

Dicas práticas para proteger o desenvolvimento mental das crianças

  1. Incentive a leitura como hábito diário
    Ler é uma das formas mais eficazes de fortalecer a atenção, expandir o vocabulário e estimular a imaginação. Se o seu filho não gosta de ler, comece com temas de interesse dele e estipule pequenos períodos, como 20 minutos por dia. Ler junto também pode ser uma ótima maneira de introduzir o hábito.

  2. Desconecte antes de dormir
    Crie uma rotina noturna livre de telas, desligando celulares e dispositivos pelo menos uma hora antes de dormir. Carregar o celular fora do quarto é uma estratégia simples para evitar interrupções no sono e garantir uma noite mais tranquila.

  3. Promova momentos offline ao ar livre
    Atividades como brincadeiras em praças, esportes ou passeios na natureza ajudam a criança a se conectar com o mundo real, a gastar energia e a desenvolver habilidades sociais. Essas vivências são fundamentais para equilibrar os estímulos digitais.

  4. Adie o uso de redes sociais e celulares conectados à internet
    Evite que crianças tenham acesso irrestrito à internet e às redes sociais muito cedo. Se possível, adie a introdução de celulares com acesso à internet até os 15 ou 16 anos e priorize aparelhos simples, usados apenas para comunicação.

  5. Apoie a criação de espaços recreativos inclusivos
    Defenda iniciativas que priorizem áreas de lazer em todas as comunidades. Espaços seguros para brincar e interagir são essenciais para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes, especialmente em áreas onde a tecnologia é a única forma de entretenimento disponível.

A tecnologia não é a vilã, mas exige equilíbrio

Proteger crianças e adolescentes dos efeitos do “brain rot” não significa eliminar a tecnologia, mas aprender a utilizá-la de maneira equilibrada e consciente. Ao priorizar hábitos que promovam a atenção, a criatividade e a interação presencial, os pais ajudam seus filhos a crescerem emocionalmente saudáveis e prontos para lidar com os desafios da era digital.

Educar para um “brain bloom” é investir no futuro das próximas gerações. Pequenos ajustes na rotina podem fazer toda a diferença para criar uma relação mais saudável entre as crianças e o mundo digital.