E Se Não For Só “Manha”? Como Compreender o Que Está Por Trás do Comportamento Infantil
Neste artigo, vamos entender por que é importante olhar com mais empatia para esses momentos, como acolher essas emoções e qual o papel dos adultos no desenvolvimento emocional saudável da criança.


🔶Crianças nem sempre sabem
dizer o que sentem 🔶
Diferente dos adultos, as crianças ainda estão em processo de formação do vocabulário emocional. Elas sentem — e sentem muito — mas não sabem nomear. E quando não conseguem expressar em palavras, elas expressam no corpo, no comportamento e nas atitudes.
Raiva, frustração, medo, ciúmes, cansaço e ansiedade são sentimentos que podem surgir de maneira confusa, e aparecer em forma de:
Choros intensos;
Gritos;
Silêncio e retraimento;
Agressividade;
Recusa em cooperar.
Rotular esses sinais como “drama” ou “manha” impede que o adulto enxergue o que realmente está acontecendo: uma criança tentando lidar com algo maior do que ela consegue processar.
Por Que o Termo “Manha” Pode Ser Prejudicial?
Quando usamos o termo “manha”, transmitimos à criança (e a nós mesmos) a ideia de que aquele sentimento é inválido, irrelevante ou exagerado. Com o tempo, isso pode gerar consequências importantes, como:
A criança para de confiar nas próprias emoções;
Sente-se envergonhada por sentir;
Aprende que demonstrar emoção é algo errado;
Acumula sentimentos mal resolvidos que voltam de formas mais intensas no futuro.
Mais do que isso: quando ignoramos os sinais emocionais das crianças, perdemos oportunidades valiosas de ajudá-las a se conhecerem melhor e desenvolverem ferramentas para lidar com os altos e baixos da vida.
Mas Como Acolher o Que Está Por Trás da Birra?
O acolhimento começa com escuta e presença. Não se trata de permitir tudo ou “passar a mão na cabeça”, mas sim de criar um espaço seguro para que a criança se sinta compreendida.
Aqui vão algumas práticas simples e eficazes:
1. Pare e observe
Antes de corrigir, gritar ou mandar parar, pergunte-se:
O que será que meu filho está tentando me dizer com esse comportamento?
2. Nomeie os sentimentos
Ajude a criança a colocar em palavras o que está sentindo.
“Você está frustrado porque o brinquedo quebrou?”
“Está se sentindo sozinho porque seu amigo foi embora?”
3. Ofereça alternativas seguras
Dê à criança outras formas de expressar aquilo que sente:
Respirar fundo juntos;
Desenhar o que está sentindo;
Ter um momento sozinho no quarto;
Pedir colo ou conversar com um adulto.
4. Seja firme com afeto ✅
🔹Acolher não é ceder a tudo. Você pode (e deve) manter limites claros, mas com empatia.
“Eu entendo que você está bravo, mas bater não é uma opção. Vamos achar outra forma de resolver isso juntos.”
Educar é Ensinar a Lidar com Emoções, Não Silenciá-las
Em um mundo que exige tanto controle emocional dos adultos, precisamos lembrar que ele começa a ser construído na infância. Crianças não nascem sabendo regular emoções — elas aprendem isso vivendo experiências, sendo ouvidas, acolhidas e guiadas com paciência.
Da próxima vez que seu filho estiver “fazendo manha”, experimente mudar a pergunta de “como paro isso agora?” para “o que ele está tentando me dizer com isso?”.
Esse simples deslocamento de olhar pode mudar completamente a relação entre vocês — e ajudar a construir um ser humano mais consciente, saudável e confiante.
